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HOMENAGEADA NA MISSA DO APOSTOLADO DE ARAÚJO, DONA CHICUTA, QUE NA NOITE DO DIA 07/06/2024, CONTA COM SUA FILHA MARIA FERNANDES

A SERVA DO SENHOR - FRANCISCA FERNANDES DA SILVA - CHICUTA Fui ordenado sacerdote, por Dom Manuel Tavares de Araújo, 3º Bispo Diocesano de Caicó, aos 08 de dezembro de 1970. No dia 1º de janeiro de 1971, fui nomeado como 2º Pároco de Nossa Senhora dos Aflitos da cidade de Jardim de Piranhas RN, tendo a cidade de Timbaúba dos Batistas com a igreja de São Severino Mártir, como uma de suas capelas. Assumi a Paróquia e esta capela com imensa alegria. O 2º bispo de Caicó, Dom Adelino Dantas, chamava esta cidade como a Betânia de sua Diocese, nome muito bem dado. Eu me deslocava oficialmente uma vez por semana até aquela mimosa cidadezinha. Chegando alí, encontrei uma senhora magrinha, elétrica, trabalhadora e muito educada que tomava conta da igreja e a zelava com desvelo. Uma serva do Senhor. Tratava-se da Sra. Francisca Fernandes da Silva, hoje 13/06/2024, com 93 anos. Uma pessoa muito amada e respeitada. Bastava alguém entrar na Igreja, por sinal, muito simples e bonita, planta do Cônego Monte, homem de grandes virtudes, cujo processo de beatificação está em Roma, para sentir o perfume da tão asseada igreja, cujo piso estava sempre encerado, tudo pelas laboriosas mãos de Francisca Fernandes da Silva, conhecida por todos como Chicuta. Rezar naquela capela fazia bem a todos, porque alí vivia e trabalhava uma outra Marta de Betânia. Encontrei naquela comunidade o Apostolado da Oração, grupo fervoroso que pelo exemplo e vida de Oração evangelizava as pessoas. Eram aquelas senhoras que faziam a Catequese e animavam a liturgia. Graças a Deus, muitas delas ainda hoje vivem. Quem esquecer pode das “meninas” de Zé Clemente? Quem não se lembra das 1ªs Comunhões ali celebradas? Parece a gente vislumbrar o ingresso de Dom Adelino Dantas naquela igreja, pela qual tinha um carinho especial. A elegância que lhe era própria dava ares de um bispo adentrando-se na sua catedral. Quando o Pe. Aderbal Vilar ali celebrava com sua piedade edificava e quando cantava, encantava. Tantas vezes ali celebrou o Monsenhor Walfredo Gurgel, já que no início aquele templo pertencia à Catedral de Caicó. O coro dos jovens com suas missas muito bem ensaiadas e melhor ainda, bem cantadas. O Pároco era muito exigente. Nesse sentido não admitia que não se respeitasse ao pé da letra, os textos litúrgicos com suas respectivas melodias. O canto era um primor e ainda aí estavam os filhos de Chicuta como os mais interessados e de bela voz. O tríduo anual por ocasião da solenidade do Sagrado Coração de Jesus, era celebrado com muito esmero e piedade todo ano em junho. A sessão do Apostolado da Oração também acontecia mensalmente. Isso tudo dinamizada a vida litúrgica daquela capela que hoje é Paróquia. Na vida da Igreja, um planta, outro aduba, outro rega e todos colhem os frutos sazonados na colheita abundante. O grande segredo da vida de Chicuta é antes de tudo que ela é uma mulher de fé. O nome de Deus é por ela pronunciado constantemente. O terço é rezado todos os dias e passava o dia inteiro na igreja ou quando em casa, cuidando de lavar e passar roupas e alfaias da igreja. A brancura dessas peças dava prazer a gente ver. Tocava-se de perto o prazer com que ela cuidava das peças do altar. O zelo por elas era uma demonstração carinhosa de sua fé. E ainda era ela que tocando o sino, convocava as pessoas para a igreja. Era a mulher do templo como aquelas descritas na Bíblia. Acolhia povo e celebrante com a mesma alegria e educação, uma só face e único sorriso. Querida Chicuta. No alto de seus 93 anos, uno-me a você, e juntos celebremos a vida, na gratidão ao nosso Bom Deus. Caminhamos lado a lado durante mais de 50 anos. Na sua casa, fui tão bem recebido e acolhido, com o Jesus em Betânia e como uma mãe muito acolhedora e generosa. Suas deliciosas comidas, onde não sei o que é maior, o tempero ou o amor. Tudo isso faz a beleza de nossas vidas; por isso, no ocaso de nossas existências, com serenidade, na colheita dos frutos maduros das sementes que lançamos há tanto tempo podemos hoje, saborear no banquete da vida, o produto generoso do que plantamos. Obrigado, ó Pai! Muitíssimo obrigado. Continue abençoando Chicuta, sua Marta de Betânia, em Timbaúba dos Batistas. Natal RN, 13/06/2024. Cônego José Mário de Medeiros

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